The ones who made the light

quanta saudade...

quanta saudade desse eu que sentava e lia, e escrevia...

desse eu que se esquecia menos das palavras e pensava menos na labuta e mais no peso da luz do Sol sobre a pele pela manhã.

o eu que se preocupava tanto com sinônimos e tão pouco com a velocidade das palavras.

o eu que não só detestava pessoas mas que conseguia não deixá-las lhe estragar o dia.

triste né? triste como em menos de uma década a gente se perde, a vida de adulto nos sufoca e nossos sonhos se tornam menores, mais tangíveis.

tenho saudades de sonhar gigante, do céu não só não ser o limite mas ser o ponto de partida.

quando a gente se escrevia a vida era mais simples, mais leve, mais tranquila. concorda?

quanta saudade...

escrever era tão suficiente e te ler era tão recompensador.

eu lembro do seu céu em alemão, lembro da janela de vidro, das lagrimas e dos sorrisos...

lembro da ansiedade de ver seu nome na minha tela, e da ansiedade de te ler corretamente.

mas sempre foi correto, sempre foi puro.

éramos almas mais que gêmeas.

amantes platônicos.

você, as palavras e eu. sempre juntos, sempre distantes.

eu não te vi... mas nunca precisei te ver pra te amar e é por isso que sempre foi belo, uma beleza que só é... que não depende de.

que bom te ler de novo e lembrar disso tudo... que bom ter o privilégio de ter feito parte da sua vida. que bom ter você como parte da minha.

a vida muda, a gente se conhece melhor a cada dia. hoje sei muito mais sobre quem sou. e tenho certeza que você também sabe mais sobre si...

o que nem sempre é uma vantagem num mundo de pessoas que valorizam tão pouco quem somos e tanto quem aparentamos ser.

mas você está certa, sempre teremos este lugar, pra voltar e lembrar, re-sentir sem ressentir.

nossa história sempre será aqui, com início, meio, fim, posfácio, encore e tributos.

obrigado ontem, hoje e sempre.