1.Começo
Eu estava totalmente caído por ela, como um fã procurava buscar qualquer tipo de informação, por algum tempo ela foi minha obsessão secreta, claro que esse segredo não durou muito, tenho essa impossibilidade de manter minha boca calada para qualquer coisa que não seja um segredo real.
Aí comecei a dar umas indiretas mal dadas, que com o tempo se tornaram mais e mais frequentes, fica claro também a minha falta de capacidade de identificar as indiretas dadas por ela. Até que num surto de bravura, fui até ela e falei o que sentia.
A reação não foi lá das mais ruins, meu interesse só aumentou quando ela disse que estava namorando a pouco tempo. Pensei "Uau, já é um desafio conquistar qualquer garota, uma comprometida então?", resolvi aceitar e esperar a minha hora.

2.Meio
Muitos, muitos meses depois ela o deixou, um sorriso se formou no meu rosto. Mais ainda não era minha hora, recebi uma discreta patada e recuei por, o que me pareceu, um mês. Minha paixão continuava a se ampliar, cada vez mais.
Logo depois desse um mês, voltei a investir todas as minhas fichas nela, não sabia direito o que dizer, sou meio desajeitado e tenho dificuldade em me expressar ao vivo. Tudo era superado, o medo de conversar no telefone, de assumir mais uma paixão, o medo de me apaixonar [sim existe uma diferença]; tudo era superado pelo meu desejo imenso sobre aquela garota, tudo que ela fazia, dizia ou escrevia ficava guardado na minha mente, cada gesto e sorriso se repetia inexplicavelmente na minha consciência.
Alguns incidentes aconteceram nesse meio tempo, pressão por parte das pessoas que nos querem bem e alguns problemas de exposição excessiva do "relacionamento" [ok, my mistake.].
Não tomei atitudes, apesar dum beijo ser meu desejo e de um discurso de pedido de namoro sendo repassado na minha cabeça a todo momento, meu corpo simplesmente não reagia quando ela estava me olhando, e eu sabia que aqueles lindos olhos desejavam o mesmo que eu.
Ela não me cobrou essas atitudes, sempre dizendo que estava tudo bem, que ela também era culpada, e esse tipo de coisa [doce ilusão]. Depois de mais um tempo na mesma, com uma rotina diária de "eu te amos e etc." ela se distanciou, aos poucos. É óbvio que eu percebi, nem as conversas virtuais eram comuns, mais ela sempre jurou estar tudo bem.

3.Fim
Depois de um dia sem ter notícias dela, resolvi deixá-la um depoimento num perfil de rede social, e lá fui eu, tolo, expor novamente meus sentimentos sinceros. Foi aí que tudo começou, lá estava escrito em letras grandes, exclamativas, em preto e vermelho sangue, uma declaração de um namorado, numa parte do perfil em que só ela deveria ter acesso.
Procurei me acalmar, li e reli, visitei o perfil do sujeito bilhões de vezes procurando uma relação de parentesco ou de amizade que justificasse. Nada foi encontrado.
Questionei uma antiga amiga sobre o garoto misterioso que namorava o "caso". E lá veio ela, com toda a história digna de cinema. Foi aí que eu descobri que essa minha antiga amiga havia apresentado o rapaz, e dado força ao relacionamento.
Um longa amizade perdeu o sentido, tudo veio abaixo num surto de "não deixarei você magoá-la" rebatidos com os meus "você não está em posição de me dar conselhos" e por fim, a declaração mais dolorosa que eu já ouvi "Já deixei muito mais que você por ela".
Por fim meu coração ainda dói, apesar dos meus constantes ataques de riso, tanto com o amigo feliz dela e mais algum outro que persistem enviando mensagens para o meu telefone acreditando que é o dela [não sei qual o motivo do erro].
Sigo agora renovado, creio que o fim dessa amizade duradoura me fez bem, não sou de ficar de luto por muito tempo, realmente, já estava na hora de acabar.
Mais o vazio do meu coração ainda está aqui, após pensar e repensar nos meus pedidos desesperados para que ela voltasse pra mim percebo que não a quero.
Não que não a ame, é simplesmente meu ego ferido falando mais alto, e agora mais que nunca seguirei a decisão desse meu amigo de voz estridente que vive dentro de mim.


Nessas 707 palavras que resumem o último ano da minha vida, eu finalmente coloco um ponto final, um ponto final definitivo nisso tudo que agora faz parte de outros fracassos passados que me ensinaram e me fizeram mais humano.
Não sinto por nada que fiz, não me arrependo de nenhuma palavra, seja ela ofensiva, auto-biográfica ou de qualquer tipo.
Agradeço aos meus amigos e a minha família que me ajudou muito nessa fase.
E por fim quero dizer...
"Que ninguém ame tanto quanto eu amo , e que ninguém chegue a sentir um décimo da minha raiva ou ódio. Porque quando isso acontecer..."