Me Bagunça


Eu sabia que te encontrar seria inevitável só não sabia em que momento este encontro aconteceria. Passar duas vezes por dia na frente da sua casa fazia meu coração acelerar. Virar a cabeça para tentar te encontrar na frente dela se tornou um movimento quase que involuntário.

Eu queria te ver, queria ver teu cabelo, tua pele, tua boca, estava com medo de te esquecer, de perder aquela imagem tua que fica na minha mente, de não ter como te descrever para mim mesmo. No dia que escolhi a pior roupa para ir à faculdade, dia em que corri crente que chegaria atrasado, dia em que tudo parecia errado você estava lá. Mais linda que nunca.

Achei que não tinha me visto e a medida que me aproximava achei que meu coração não aguentaria os batimentos frenéticos, anotei mentalmente que não poderia morrer ali  não naquele momento, ao mesmo tempo meu cérebro tentava fugir, tentava ficar, tentava pensar no que dizer e se realmente deveria dizer alguma coisa. Pensei em parar e perguntar como estava, minhas pernas não me obedeceram. Seu rosto começou a se virar e eu improvisei o sorriso menos deformado pelo pavor que consegui. Você estava ali  você olhou pra mim, você sorriu de volta. Relutei em acreditar, era um sonho.

Não sabia o que fazer, fui sorrindo como retardado pelo resto do caminho. Sim, é incrível como o sentimento ainda prevalece e transparece em apenas um sorriso, em apenas um olhar. É impressionante como você me bagunça, é uma sensação única, me sinto descontroladamente possuído por algo maior que qualquer coisa imaginável.

Meu dia ficou melhor, mais bonito, mais certo. Sempre fomos clichês, mas um clichê de romance, que as pessoas só leem em livros ou veem em filmes. Um clichê invejável, modéstia parte. E a chuva... ela só ajuda, sempre.