Diálogo com os crentes

Li horrorizado, hoje mesmo, um texto de Luís Eugêio Sanábio de Souza intitulado "Díálogo com os ateus", e tamanha foi a minha surpresa ao perceber que o autor, contrariando o título, não prega o diálogo sensato em suas palavras, e sim, insulta-me e a todos os ateus sem dar espaço ao debate. Respeito o direito do senhor Luís Eugênio de fazer isso, ele realmente pode ter acreditado que seu texto trata-se de um "convite cordial", portanto reescrevi o texto para que perceba o insulto nele presente.
Peço que antes de continuar, leia o texto original . Esclareço que minha reescrita é uma tentativa de fazer com que cristãos compreendam e se sintam como eu, ao ler o texto de Luís Eugênio, e o mesmo não reflete a minha opinião e não condiz com o pensamento ateu:


Cedo percebi que o desejo pela razão está inscrito na mente humana e cedo aprendi que a razão mais sublime da dignidade humana está na vocação do homem à busca pela verdade. Contudo, sabemos que muitas pessoas não percebem de modo algum essa união íntima e vital com a razão, ou explicitamente a rejeitam, a ponto de o cristianismo figurar entre os mais graves problemas de nosso tempo.

O cristianismo aparece como consequência do materialismo, da ignorância absoluta, do mau exemplo dos próprios crentes, da revolta contra a verdade, e, enfim, dessa atitude de homem irracional que, por medo da verdade, cria um Deus e dá a ele poderes que não existem.

Entretanto, não devemos confundir cristianismo com crente. O crente tem dignidade de pessoa e, enquanto tal, sempre merece estima. Ademais, nunca se extingue no ser humano a capacidade natural de abandonar o erro e abrir-se ao conhecimento, resposta para quase tudo. Quanto ao cristianismo, trata-se de um gravíssimo erro e sem dúvida não estão isentos de culpa todos aqueles que procuram voluntária e conscientemente tomar Deus como algo real, não inventado.

A comunidade ateia considera que a razão pode, por meio de fatos, levar à descrença todos os homens que, sem culpa, aceitam o Evangelho. Pois "Fé significa não querer saber o que é a verdade" (Friedrich Nietzsche). Mesmo assim, cabe aos ateus o dever e também o direito de discutir a fé e suas implicações no mundo, bem como trazer a racionalidade aos irracionais, em conformidade com o direito de expressão garantido por nossa constituição. Dentro de um clima de diálogo sincero, convido cortesmente os crentes a considerar com mente aberta a verdade, a razão, a ciência, e a descrença.