Muitas vezes basta odiar o mundo e a si mesmo, basta criar um problema sem solução, pensar no vazio; desejar nunca ter existido, afinal, os inexistentes não sofrem, não sentem.
Basta pular num abismo de solidão, onde o fundo está tão distante que chega a ser mais tranquilizador imaginar que já o alcançou.
Basta lembrar-se de erros passados ou imaginar-se sem futuro, e quando aquela sensação alcançar a sua garganta, queimando-a como ácido, quando seu rosto se submeter a uma sessão de caretas e expressões indecifráveis... Apertar os olhos, franzir a testa e deixar que as lágrimas te renovem.
Muitas vezes basta chorar.