Me preparei pra dormir no primeiro dia do ano, deitei minha cabeça no travesseiro e fechei os olhos, levantei menos de dois segundos depois, saí do quarto, saí de casa.


Sentei na varanda, procurei o número na agenda e disquei, após alguns toques e alguns poucos minutos de conversa me despedi, e num surto de coragem envergonhada interrompi minha própria frase e disse, disse o que eu escrevi tantas vezes, disse com todo sentimento presente no meu peito.

Eu disse 'Te amo', e após milésimos de segundo obtive como resposta um sorridente 'eu também', mais alguns instantes de silêncio, constrangimento, risadas abafadas e um boa noite, um som estridente indica o fim da chamada.

Ensaiei muito pra te dizer aquela frase, me assustei com a resposta e depois com a culpa que ela te causou. Repeti o telefonema logo que acordei, na tarde seguinte... e, para a minha felicidade, a resposta foi um tímido 'Eu também te amo'.